(pro Mario)
Um castelo
na colina, uma estrada, dia.
Passa um
príncipe.
Súbita
vontade o faz apear e aliviar-se, nisso dando com uma lagartixa no muro, que lhe
diz:
- Nesse
castelo uma bruxa mantém prisioneira uma princesa.
O portão tem
uma grossa corrente, o castelo
entre árvores, acima.
O tempo não tá fácil para príncipes, vai bem uma princesa, mais ainda um castelo; pula
logo.
Não é
preciso contar quantas pequenas criaturas verdes ele tem de matar, para não lhe
subirem pelas pernas e sugarem as forças.
Não há por
que registrar que corvos lhe aparecem na frente e,
se não os derrubar, sugarão por cinco dos verdinhos.
Nem pensar
em descrever as coisas que surgem do nada, capazes de chupá-lo até o vazio, ou citar as borboletas com moedas e os esquilos que trazem mertiolate.
Atrás de um
cão com três maus hálitos está a porta, enorme e grossa e trancada, que, a um
coice do príncipe frustrado, se abre toda.
Há, claro,
um salão escuro e corredores e escadas, e não se fale de quantas teias pegajosas e
tapetes escondendo buracos hediondos e portas para...
Duas
mulheres, cada qual mais linda, num espelho mágico uma cara verde diz:
- Só há uma princesa;
se escolheres a bruxa, os gatos vão jantar a parte mais importante do teu
corpo. A porta da rua está aberta.
Foi-se o
príncipe, olham o espelho, ele diz:
- A princesa
ganhou outra vez; ele não achou que se tratasse de seu cérebro.
Desliga com os
olhos o espelho, se dão um selinho e, de mãos dadas, vão andando para o quarto.